O Líder da Terra e o Líder da Torre: Dois Mundos, Uma Lição!
- BAB Consultoria

- 26 de jun.
- 4 min de leitura

Do Campo à Sala de Reunião: O Que Aprendi Sobre Liderança Onde Menos Esperava
Eu já estive em muitas salas de reunião com ar-condicionado, cafés quentes e planilhas abertas. Já discuti metas, falei de KPI’s, lidei com egos, e assisti líderes urbanos sendo engolidos pelas expectativas não ditas dos seus próprios times.
Mas foi no campo, entre agricultores e agrônomos, que a liderança realmente mudou de significado para mim.
Naquele cenário sem blazer, sem badge com nome e sem discursos prontos, vi um tipo de liderança que poucos livros ensinam. Vi chefes de equipe que mal usavam palavras formais mas que, com um olhar e um gesto, moviam uma equipe inteira com respeito, honra e propósito.

A liderança do campo: inteligência emocional assertiva como vantagem competitiva
Os líderes que observei ali não liam manuais de coaching, mas sabiam exatamente quando alguém do time precisava de uma pausa, de um reforço ou de um sinal de confiança. Eles lideravam com uma linguagem direta, sem “gestão do tempo”, mas com gestão da energia humana.
Usavam palavras curtas, olhares longos e decisões coerentes. E tinham algo que muitos líderes urbanos perderam: reciprocidade.
Recebiam dos seus colaboradores comprometimento verdadeiro não por causa de bônus ou metas de avaliação, mas porque a liderança ali era vivida no mesmo chão, sob o mesmo sol.
Os líderes que observei oriundos do campo não só lideram com simplicidade, mas exercem uma inteligência emocional assertiva. Eles fixam problemas rapidamente e encontram soluções em meio ao caos e ao pânico ( características essenciais para qualquer gestor em ambientes de alta pressão).
Esses líderes atuam como verdadeiros facilitadores de processos, empregando uma comunicação direta e franca, que elimina ruídos e agiliza a tomada de decisão. Sua linguagem é clara, objetiva, e ao mesmo tempo, capaz de engajar e alinhar times diversos.
No mundo dos negócios, isso se traduz em:
alta capacidade de resolução de conflitos;
gestão eficaz de crises;
comunicação clara e sem ambiguidades;
liderança situacional que adapta a mensagem conforme o contexto e o perfil do time.
Essa combinação faz do líder do campo um exemplo vivo de como a inteligência emocional assertiva pode ser um diferencial estratégico, gerando agilidade e resultados consistentes mesmo em cenários adversos.
E quando esse líder da terra sobe para a torre?
Algo curioso acontece. Quando esse líder simples e direto é promovido e levado para dentro da torre corporativa, ele não se perde. Pelo contrário: ele rapidamente se adapta. Porque sua habilidade de lidar com pessoas de forma genuína continua sendo seu maior ativo.
Ele expõe suas ideias com clareza e verdade. Não disputa espaço: conquista espaço. Não tenta parecer importante: é naturalmente respeitado. E quando vê o ego alheio inflado ao redor, ele percebe de longe e sabe contornar com sabedoria.
Ele não leva a promoção para o ego, porque nunca liderou para ser reconhecido mas para servir.

Já o líder da torre…
Esse, por vezes, é testado quando precisa sair do script.
Sente-se desconfortável quando a reunião é marcada no meio do bananal, da plantação de uva ou do galpão de carga. Seu terno pesa mais. Seu ego grita silenciosamente: "isso aqui não é o meu lugar."
Mesmo que do outro lado esteja o dono de uma mina de ouro, ou um dos maiores exportadores de banana do país, a insegurança não vem do ambiente, vem da falta de conexão humana.
O primeiro obstáculo do líder da torre é o próprio ego. Ele pode estar tecnicamente preparado até “estrangulado” pelo conhecimento, mas a luta interna muitas vezes é contra o que os outros vão pensar.
O ego compromete, na maioria das vezes, decisões que deveriam ser óbvias e justas para todos. Ele dificulta a conexão verdadeira e a tomada de decisões assertivas que beneficiem o time e o negócio como um todo.
Muitos líderes da torre têm um vasto conhecimento técnico, porém, em alguns casos, esse contato maior é com os livros e ferramentas, e não com as pessoas que lideram. Essa desconexão humana é o que, muitas vezes, mina sua eficácia.
Porque liderar só com títulos não funciona quando a linguagem das pessoas é a terra.
Foi nesse contraste que mudei minha forma de liderar e de ensinar liderança
Eu entendi que liderar não é sobre convencer. É sobre ser coerente. Não importa se é com botas sujas de barro ou sapatos engraxados o que diferencia um líder é a capacidade de inspirar confiança sem precisar de autoridade imposta.
E mais: percebi que a saúde emocional dos times depende muito menos de benefícios corporativos e muito mais da forma como o líder comunica, observa, acolhe e reage.
A inteligência emocional não está nos livros. Está na linguagem que você escolhe usar com seu time.
Hoje, quando sou chamada para treinar lideranças, sempre trago esse contraste.
Não para romantizar o campo, nem criticar a cidade, mas para lembrar que liderança real não precisa de palco. Precisa de presença.
E é por isso que, na BAB Consultoria, ajudamos empresas a desenvolver líderes que entendem de gente não só de gestão. Porque um time saudável emocionalmente não nasce de um plano de carreira sofisticado, mas de um ambiente onde o líder é acessível, claro e verdadeiro.
Seja no campo ou na cidade, a liderança que transforma começa por quem tem coragem de pisar em qualquer terreno sem medo de sujar os sapatos.

Na BAB Consultoria, acreditamos que a performance sustentável nasce do equilíbrio.Temos ajudado empresas a formar lideranças emocionalmente inteligentes e a redesenhar suas rotinas de gestão com foco em bem-estar e entrega real.Proteger o time não é um ato de gentileza é uma decisão estratégica.
Obrigada por ler este artigo até o final. Espero que ele tenha trazido insights valiosos para sua liderança e para a saúde emocional dos seus times.
Nos vemos em breve! Será um privilégio contribuir com a sua organização para gerar mais impacto, melhores resultados e, consequentemente, mais empregos. - Fernanda Bu-Harb




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