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ISA - Consciência Situacional Interpessoal: "ISA - O Ás da Gestão Empresarial: Decisões Estratégicas com Consciência Situacional"

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    BAB Consultoria
  • 10 de abr.
  • 6 min de leitura

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By: Fernanda Bu-Harb - CEO da BAB Consultoria Brasil - Executiva em Gestão Empresarial com expertise em Business Intelligence, negociações complexas. Fluente em Português, Inglês e Espanhol. Autora dos livros "Desenvolvendo Negócios" e "Decisões Inteligentes".


No mundo dos negócios, o conflito é frequentemente visto como um obstáculo a ser evitado. No entanto, um líder eficaz sabe que o verdadeiro desafio não está no conflito em si, mas na forma como ele é gerenciado. A Consciência Situacional Interpessoal (ISA - Interpersonal Situational Awareness) é uma habilidade essencial para transformar desafios em oportunidades, mantendo um posicionamento estratégico e assertivo.

ISA envolve a capacidade de interpretar contextos, compreender intenções e responder de maneira calculada e eficiente. Líderes que dominam essa competência evitam reações impulsivas e utilizam estratégias de comunicação que favorecem o diálogo e a resolução de problemas.

ISA e a Formação de Líderes: Uma Lição da Cultura Norte-Americana

Uma das grandes diferenças entre a formação de profissionais na América do Norte e na América Latina está na maneira como as crianças aprendem a se posicionar desde cedo. Como mãe de filhos criados no Canadá, percebo como eles são incentivados a argumentar, defender suas ideias e se comunicar de forma objetiva desde a primeira infância. Essa abordagem os prepara para lidar com situações desafiadoras sem receio, usando a razão e a estratégia em vez da emoção e do confronto.

Por outro lado, muitos líderes brasileiros alcançam posições de comando sem um treinamento adequado para lidar com conflitos. A falta de ISA pode levar a decisões precipitadas, mal-entendidos e dificuldades em negociações estratégicas.

A Necessidade de ReAprender: No âmbito pessoal e profissional, para a produtividade em equipe.

Ao imigrar para o Canadá, percebi que diplomas e experiência profissional, por mais relevantes que fossem, não eram suficientes para garantir sucesso. O processo de adaptação envolve muito mais do que a fluência no idioma: é essencial compreender as nuances da comunicação interpessoal.

Em um dos primeiros encontros com a professora da minha filha, recebi um feedback inesperado:

"Ms. Fernanda, sua filha é uma excelente aluna, mas ela é excessivamente educada. Aqui, ela precisa aprender a se impor, defender suas ideias e argumentar inteligentemente, em vez de apenas concordar para evitar conflito. Ela pode se posicionar e, ainda assim, ser bem-vinda, mas, acima de tudo, será respeitada." "Você é brasileira e ela é canadense. Para uma comunicação eficaz, ela deve ir direto ao ponto, adotando uma abordagem mais objetiva. é fundamental que ela direcione a conversa de maneira estratégica, conduzindo o interlocutor a reconhecer que a questão a ser resolvida está com ele, e não com ela." 

Essa conversa me marcou profundamente.

Percebi que a adaptação profissional e social ia muito além do idioma. Passei a incentivar minha filha a desenvolver autonomia e assertividade, interferindo menos em sua educação escolar. Também compreendi que eu mesma precisava adotar essa mentalidade em minha trajetória profissional. Ser menos brasileira e ser mais canadense, Ignorar as emoções, porque nelas residem o pre-julgamento, abrir mais os ouvidos e os olhos para entender principalmente o que não está sendo dito. Escutar sem julgar, dar espaço para entender, e que discordar nunca deverá ser motivo de conflito e sim de agregar conhecimento sobre o outro. E, caso não haja "match", a vida segue para ambos pacificamente. Como diz minha filha para mim: "Não tem problema ela não gostar de mim , mom. Ela tem o direito de não gostar. Quando ela quiser conversar para esclarecer algo, eu estou aqui."

Hoje, vejo em meus filhos um alto grau de inteligência emocional, mas acima de Tudo situational, para lidar com qualquer situação, posicionando-se com clareza e respeito desde a infância e pontuando-se. Culturalmente, eles são treinados para serem pessoas diplomáticas e, para eles, não há conflitos que não possam ser resolvidos. Pelo contrário, para eles, não há conflitos, mas sim questões a serem esclarecidas para estabelecer limites tanto para si mesmos quanto para os outros.

Isso representa uma grande oportunidade para que ambas as partes sejam ouvidas e, assim, respeitadas em sua individualidade.

No Canadá, adultos são proibidos de chamar a atenção de crianças que não sejam seus filhos; eles devem se dirigir diretamente aos pais. Caso contrário, as crianças estão preparadas para responder de forma assertiva e respeitosa., ou de fato atw denunciar aquela adulto. Crescendo nesse ambiente, desenvolvem, desde cedo, habilidades essenciais para liderar, se posicionar e resolver conflitos de maneira lúcia e eficaz.

ISA Como Diferencial Competitivo no Mundo Corporativo

A habilidade de perceber sutilezas e adaptar a comunicação é um diferencial competitivo crucial. Empresas esperam que líderes consigam mediar conflitos sem transformar divergências em batalhas pessoais. Em meus projetos de reestruturação organizacional, essa é uma das competências essenciais que busco em profissionais para promoção a cargos de liderança.

No mercado globalizado, não basta ter conhecimento técnico. É necessário desenvolver inteligência situacional para responder estrategicamente aos desafios e transformar crises em oportunidades.

No contexto do ISA (Interpersonal Situational Awareness), conforme abordado no livro Talking on Eggshells de Sam Horn, conflito não é um embate, mas sim uma oportunidade de entendimento. O ISA ensina que, em vez de encarar o conflito como um problema ou confronto, devemos vê-lo como um ponto de divergência que pode ser resolvido por meio de comunicação estratégica e clareza na intenção.

O livro enfatiza que, ao reformular a forma como percebemos e lidamos com conflitos, conseguimos transformar interações difíceis em diálogos produtivos. Isso envolve pontuar a questão de maneira objetiva e conduzindo a outra pessoa a perceber a necessidade de resolução por conta própria, em vez de assumir uma postura defensiva ou acusatória.


A Importância do ISA na Comunicação Intercultural e no Ambiente Corporativo

Ao viajar para estudar um idioma, você participará de interações na escola, na faculdade e na sociedade. No entanto, ao se estabelecer como residente em um novo país, o foco das instituições de ensino não é apenas frequentar as aulas oferecidas pelo governo para aprender o idioma e falar como um nativo, mas, principalmente, comportar-se como tal. O objetivo principal é reaprender a pensar, reagir, ouvir e se posicionar como os locais, evitando reações impulsivas e pré-julgamentos diante da diversidade presente no país. Dessa forma, sua postura permitirá que o outro perceba, mesmo sem palavras, as mensagens não ditas.

Essa perspectiva é respaldada por estudos sobre comunicação não verbal e sua influência nas interações interculturais. O antropólogo Ray Birdwhistell destacou que a comunicação não verbal, incluindo expressões faciais, gestos e posturas, desempenha um papel crucial na transmissão de significados sociais, muitas vezes indo além das palavras. Ele estimou que apenas 30% a 35% do significado social de uma conversa é transmitido verbalmente, ressaltando a importância da linguagem corporal na comunicação eficaz.

Além disso, pesquisas indicam que a comunicação não verbal é vital para a integração social, cultural e educativa de imigrantes. Diferenças culturais na linguagem corporal podem inicialmente representar desafios, mas, ao compreender e adaptar-se a essas nuances, os imigrantes podem facilitar sua integração e estabelecer relações interpessoais mais harmoniosas.

Na perspectiva corporativa, o outro não precisa pensar ou ter as mesmas crenças que eu para que eu o respeite. Respeitar as diferenças de pensamento e valores é essencial para uma convivência harmoniosa no ambiente de trabalho. Quando essa percepção está ausente, pode surgir uma falta de Interpersonal Situational Awareness (ISA), gerando mal-entendidos e conflitos.


Exemplo de conflito no ambiente de trabalho por falta de ISA:

Em uma empresa multinacional, um líder de equipe que vinha de um contexto cultural mais direto e assertivo entrou em conflito com um colaborador de uma cultura mais reservada. O líder, ao perceber que o colaborador não respondia de maneira tão incisiva às suas orientações, interpretou como falta de comprometimento, o que gerou frustração e tensão. O colaborador, por sua vez, se sentiu desconfortável com a abordagem direta do líder e passou a se afastar, prejudicando a comunicação dentro da equipe.

Este conflito aconteceu devido à falta de ISA, já que o líder não percebeu as diferenças culturais de comunicação e não ajustou sua abordagem. Além disso, o colaborador não teve clareza para expressar suas próprias necessidades e expectativas. Quando a liderança não tem ISA para reconhecer as diferenças e adaptar seu comportamento, e os colaboradores não sabem como posicionar suas preocupações de forma assertiva, o ambiente de trabalho se torna tóxico e a produtividade é comprometida.

Ao aplicar ISA, a liderança poderia ter reconhecido a necessidade de ajustar sua forma de comunicação, criando um espaço para o colaborador se expressar sem se sentir pressionado ou desrespeitado. A comunicação respeitosa e adaptada à diversidade de estilos de interação contribuiria para resolver o conflito e fortalecer o relacionamento entre líder e colaborador, criando um ambiente mais colaborativo e produtivo.

Portanto, ao adotar uma postura consciente e alinhada com as normas culturais locais, você não apenas aprimora sua comunicação, mas também demonstra respeito e compreensão pela nova cultura, facilitando sua adaptação e integração na sociedade e no ambiente corporativo.


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