Cortar Gastos Não Basta: Sua Empresa Pode Estar Perdendo Dinheiro em Silêncio
- BAB Consultoria

- 22 de jun.
- 4 min de leitura

Nos últimos anos, milhares de empresas brasileiras adotaram cortes como solução imediata para proteger seus caixas. A lógica é compreensível diante da alta da inflação, do aumento de juros e da imprevisibilidade fiscal. No entanto, cortar por cortar não resolve, pode, inclusive, comprometer a sustentabilidade do negócio no médio prazo.
Empresas que cortam pessoas, contratos e investimentos sem um diagnóstico profundo costumam enfrentar um problema ainda maior: a perda de qualidade, eficiência e competitividade. O mercado não espera por quem apenas sobrevive, ele premia quem se adapta com inteligência.
Ao invés de cortes cegos, o que as empresas precisam é de reorganização estratégica de custos. Isso envolve repensar processos, revisar contratos, automatizar tarefas bem definidas e, principalmente, enxergar onde o dinheiro está sendo desperdiçado silenciosamente.
O “Custo Brasil” continua sangrando as margens das empresas
Tributação elevada, burocracia ineficiente, infraestrutura deficiente e insegurança jurídica. Essa combinação dá nome ao velho conhecido “Custo Brasil”. Não importa o tamanho da empresa: todas sentem seu peso. E, nos últimos anos, esse custo aumentou ainda mais com a complexidade do sistema fiscal e mudanças constantes nas regras.
Muitos empresários desconhecem os créditos tributários que podem recuperar, pagam impostos indevidos ou deixam de fazer planejamentos fiscais que estão totalmente dentro da legalidade. A falta de conhecimento técnico, ou de um parceiro estratégico, faz com que muitos recursos escorram pelo ralo todos os meses.
Empresas que conseguem navegar melhor neste cenário não são as maiores, mas as que sabem onde economizar com inteligência e quais oportunidades fiscais estão disponíveis para o seu setor. O problema, quase sempre, não está no valor que se paga mas na forma como se paga.
Um dos maiores equívocos no imaginário de muitos gestores é associar redução de custo à demissão. Cortar pessoal é, muitas vezes, a última medida que deve ser tomada. Antes disso, existem dezenas de oportunidades de ajuste financeiro sem afetar a estrutura humana da empresa.
Contratos antigos, fornecedores com valores acima do mercado, gastos recorrentes sem análise de ROI, processos manuais que poderiam ser automatizados, tudo isso representa custos ocultos que drenam o lucro sem gerar valor. E o melhor: são itens que podem ser reavaliados com impacto positivo.
A consultoria certa não propõe cortes radicais, mas sim reorganizações sustentáveis. O objetivo é fazer a empresa operar melhor, gastar menos e entregar mais valor, sem comprometer talentos, sem perder competitividade.Casos reais mostram que há dinheiro escondido nos processos.

Recentemente, atendi uma empresa que acreditava estar operando com o mínimo possível. Sua margem estava apertada e o gestor já cogitava cortar parte do time. Ao aplicar um diagnóstico técnico de processos e despesas, descobrimos que 18% dos gastos fixos poderiam ser otimizados sem demissões.
Revisamos contratos com fornecedores que não eram renegociados há três anos, encontramos cobranças duplicadas em serviços financeiros e identificamos um crédito tributário significativo que não estava sendo aproveitado. O resultado foi perceptível em apenas dois meses: mais caixa, mais eficiência e menos pressão sobre a equipe.
Casos como esse mostram que o dinheiro que falta no caixa pode estar nos detalhes que ninguém está olhando. Processos bem analisados e decisões orientadas por dados mudam realidades financeiras sem cortes desesperados.
"O Problema Não Está na Falta de Dinheiro, Mas em Como Nos Preparamos para os Ciclos de Crise".
Em uma economia global onde todos operam com recursos limitados, o diferencial está na estratégia, não na abundância.
O Brasil não é um país sem dinheiro. A arrecadação pública é alta, o setor privado movimenta trilhões, e os recursos naturais colocam o país entre os mais ricos do mundo. O que temos, na verdade, é um histórico de má gestão, impulsionado por uma baixa cultura de educação financeira e fiscal, tanto na esfera pública quanto na privada.
Ray Dalio, em seu livro Principles for Navigating Big Debt Crises, explica que todos os países passam por ciclos de dívida e inflação. O que diferencia os que prosperam dos que colapsam é a qualidade da governança e a capacidade de resposta estruturada da sociedade.
No Japão, por exemplo, mesmo com uma dívida pública superior a 200% do PIB, o país mantém estabilidade porque grande parte da dívida é interna, e a população tem alto grau de compreensão fiscal. Já no Brasil, o entendimento da dívida pública é limitado, e decisões macroeconômicas muitas vezes são tratadas como ideológicas, não técnicas.
Nassim Taleb, no clássico Antifrágil, reforça que sociedades que não investem em conhecimento crítico tornam-se frágeis diante de qualquer choque externo, como uma alta inflacionária ou mudança política. E Thomas Piketty, em O Capital no Século XXI, mostra que países que investem em educação de base e transparência tributária geram ciclos virtuosos de crescimento, mesmo em contextos de desigualdade ou crises globais.
Enquanto em países como Suíça ou Estados Unidos, a inflação é interpretada como um fenômeno técnico, analisado com base em dados, projeções e resposta institucional, no Brasil ela é recebida com desinformação, medo e decisões emocionais. Isso vale tanto para governos quanto para empresas e famílias.
Portanto, o nosso problema não é a falta de recursos é a forma como decidimos usá-los (Parece óbvio, não é? Justamente por isso incomoda; porque, mesmo sendo tão claro, insistimos em repetir os mesmos erros.). E isso só se resolve com estratégia, educação e liderança comprometida com o longo prazo. A eficiência começa na consciência.
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